Pescador transforma rotina em rios e matas em imagens, desenhos e descobertas
20/11/2025
(Foto: Reprodução) Carlos pescando no rio Trombetas, no estado do Pará
Arquivo pessoal
Observação, fotografia, pesca e ilustração... Estas são atividades que inspiram Carlos Alberto Vettorazzi, de 67 anos. Com forte ligação rural, ele sempre costumou visitar a propriedade dos avós maternos, passando as férias desde a infância e ‘’vivendo os dias com uma liberdade fantástica’’, segundo ele. Por ter passado boa parte da vida próximo a rios e matas, práticas como a pescaria e a observação da natureza se tornariam hobbies muito importantes, que, após sua aposentadoria, receberiam muito mais tempo e dedicação.
Quando foi aprovado na faculdade e se tornou calouro, Carlos foi presenteado com sua primeira câmera fotográfica e, com o passar do tempo, se interessou em registrar a natureza. Anos depois, comprou uma máquina com lente teleobjetiva, que passou a acompanhá-lo em suas viagens, principalmente de pesca.
Formando a terceira geração de pescadores da família, Vettorazzi também deixa aflorar seu lado artístico relacionado à prática e realiza ilustrações científicas ictiológicas do que ele pesca. A ictiologia é o ramo da zoologia que estuda os peixes e, como era pesquisador e professor universitário antes de sua aposentadoria, Carlos continua utilizando a pesquisa, agora, como passatempo.
Para produzir as ilustrações, ele pesca determinado peixe que tenha interesse, faz uma captura fotográfica da espécie e logo após o devolve para a água. Assim, começa a desenhá-lo, conforme suas características, na tentativa de replicar de forma realista como é a anatomia do animal.
Ilustração científica de um lambari-do-rabo-vermelho (Astyanax fasciatus)
Carlos Alberto Vettorazzi
Carlos observa cada detalhe da fotografia: escamas, nadadeiras, proporções, coloração, e traduz tudo em traços precisos. A ilustração vira uma extensão da pesquisa, como um exercício de observação profunda.
‘’Nunca ilustramos e nem fotografamos apenas para agradar a nós mesmos, mas também para aqueles que dividem conosco esse interesse e amor pela natureza’’ afirma.
O ex-docente também se destaca por seus registros fotográficos do ambiente, e principalmente das aves, que não eram inicialmente seu foco. “A fotografia de aves é parte do que eu faço, que é a fotografia de natureza, pois também gosto de registrar outros animais, plantas e paisagens’’, detalha.
Saíra-sete-cores (Tangara seledon) registrada na Mata Atlântica
Carlos Alberto Vettorazzi
Depois que investiu em um equipamento mais compacto para acompanhá-lo em suas viagens, ele afirma que passou a observar mais os pássaros; “Automaticamente me direcionei mais às aves, tanto pela beleza delas quanto sua diversidade e importância’’, conta o observador.
A história de Carlos é inspiração para cada admirador da natureza que pode usar de seus talentos e habilidades para disseminar a ideia do cuidado e da conservação da nossa biodiversidade.
*Texto sob supervisão de Lizzy Martins
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