Paciente recebe diagnóstico de crise de ansiedade, sofre infarto e prefeitura investiga médica em Manduri
07/11/2025
(Foto: Reprodução) Pronto Atendimento de Manduri (SP)
Divulgação/Prefeitura de Manduri
A Prefeitura de Manduri (SP) abriu um processo administrativo para apurar a conduta de uma médica do Pronto Atendimento (PA) que atendeu uma paciente com fortes dores no peito e a diagnosticou com crise de ansiedade. Horas depois, a mulher sofreu um infarto e foi internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de Ourinhos (SP).
Milena Mainardes, filha de Márcia Aparecida da Silva, contou ao g1 que a mãe começou a passar mal durante o expediente de trabalho, no dia 30 de outubro, e foi levada ao PA da cidade. Segundo ela, a médica realizou apenas um eletrocardiograma e informou que não havia nenhuma alteração.
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Mesmo com a dor intensa de Márcia, a médica deixou o PA para atender outro paciente de urgência em Avaré (SP), segundo Milena. As duas decidiram permanecer na unidade por um tempo antes de procurar outro atendimento.
De acordo com a filha, a mãe continuou reclamando de fortes dores no peito e acabou sendo amparada apenas pelas enfermeiras da unidade. Depois, elas seguiram para o posto de saúde de Óleo (SP), cidade natal da família, a cerca de nove quilômetros de Manduri.
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Lá, os profissionais identificaram que Márcia estava tendo um infarto. Por conta da estrutura limitada do posto, ela foi transferida para outra unidade em Bernardino de Campos (SP), onde recebeu os primeiros cuidados.
Segundo a filha, a demora no atendimento a deixou muito debilitada. “Os médicos explicaram que as veias dela estavam bastante comprometidas e que não havia condições de fazer uma cirurgia de angioplastia, pois ela não aguentaria”, contou.
Ela relatou ainda que os profissionais informaram que o medicamento usado no início do tratamento de infarto só pode ser aplicado nas primeiras cinco horas após o início dos sintomas. “Nós chegamos faltando cerca de quinze minutos para o prazo acabar”, disse.
Devido ao quadro de saúde, Márcia foi transferida para a UTI da Santa Casa de Ourinhos, onde segue internada em estado grave. A família afirma que tem enfrentado dificuldades para visitá-la por causa da distância.
“Ourinhos fica a cerca de 90 quilômetros de distância da nossa casa. O prefeito liberou um transporte para irmos todos os dias de manhã, mas ainda assim é difícil. Só duas pessoas podem entrar, com visitas revezadas de meia hora”, contou Milena.
Após a internação da mãe, ela retornou ao PA de Manduri para buscar o resultado do eletrocardiograma e apresentá-lo aos médicos de Ourinhos.
Em nota publicada nas redes sociais, a prefeitura informou que abriu um processo administrativo para investigar o caso e destacou que não compactua com condutas que contrariem os princípios da ética.
A Santa Casa de Ourinhos informou que Márcia está internada em estado grave, mas com quadro estável. Ela não está entubada e segue recebendo cuidados da equipe médica.
A reportagem também entrou em contato com a Prefeitura de Manduri para outros esclarecimentos, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
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