Ex-vereador é condenado por comentário racista contra prefeito quilombola em SP
20/11/2025
(Foto: Reprodução) Marcos Antonio Semann comentou a frase na publicação de outro morador de Eldorado (SP)
TSE e Reprodução/Redes sociais
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) condenou o ex-vereador Marcos Semann, de Eldorado (SP), a indenizar em R$ 20 mil, por danos morais, o prefeito Noel Castelo (Solidariedade) após um comentário racista nas redes sociais.
A frase em questão foi publicada no Facebook no início deste ano. Marcos Semann, conhecido como ‘Marcão’, respondeu uma publicação que criticava a poda de árvores na entrada da cidade, realizada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER).
Na ocasião, ele escreveu a frase: "quando não c*ga na entrada, c*ga na saída" em um comentário no Facebook. Ao g1, ele pediu desculpas à época e disse que não sabia que o texto poderia ser interpretado como racista.
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O prefeito Noel Castelo registrou um boletim de ocorrência contra Marcão e ajuizou uma ação de indenização por danos morais. Noel se declara negro e quilombola, e disse que a frase foi utilizada como ato de injúria racial.
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“A frase correta é ‘negro, quando não faz na entrada, faz na saída [...]. Ele só omitiu a palavra ‘negro’, mas a gente tem certeza que a vontade dele sempre foi essa mesmo”, afirmou Castelo ao g1 à época.
A Justiça de Eldorado condenou ‘Marcão’, em 1ª instância, ao pagamento de R$ 20 mil em indenização e a fazer uma publicação de retratação. A defesa dele, no entanto, entrou com recurso sobre a decisão alegando que não houve injúria.
Noel Castelo é prefeito de Eldorado (SP)
Prefeitura de Eldorado e Anna Gabriela Ribeiro/g1
“Quanto do termo a seguir, “cagaram na entrada”, tal ponto se refere ao local de o serviço realizado, sendo a entrada da cidade. Logo, não há conexão de fato, entre o termo de cunho racista”
O relator do recurso, juiz Renato Guanaes Simões Thomsen, concluiu que "o comentário postado nas redes sociais teve o objetivo nítido de tirar a credibilidade da atuação política do autor, por meio de ofensa racial, e de discriminá-lo perante a população local”.
Por conta disso, foi mantida a sentença em primeira instância. O g1 solicitou um posicionamento à defesa de Marcão, mas não teve retorno até a última atualização da reportagem.
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