Conheça a história da adolescente que teve recuperação milagrosa após enfrentar câncer e AVC

  • 25/12/2025
(Foto: Reprodução)
Adolescente teve recuperação milagrosa após enfrentar dois cânceres e um AVC Em fevereiro de 2025, a mãe de Raílla ouviu dos médicos que a família deveria se preparar para a morte da adolescente, à época com 14 anos. Àquela altura, a filha de Marluce Isabel Coelho já tinha passado por dois cânceres (um sarcoma de Ewing e uma leucemia mieloide secundária ao tratamento oncológico) e diversas complicações por causa das doenças, mas o período mais crítico acontecia ali: Raílla não respondia aos estímulos, a frequência cardíaca estava baixa e as pupilas estavam fixas. A sensação, lembra Marluce, era de que a menina estava, de fato, partindo. A orientação dos médicos era "aguardar até o corpo de Raílla parar". ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Tudo indicava que a adolescente não sobreviveria ao acidente vascular cerebral (AVC) que tinha sofrido duas semanas antes e agravou ainda mais o quadro dela, que já era delicado. Marluce temia que o sonho da filha, de ter uma festa de 15 anos, não se concretizaria. "O sonho da Raílla era a festa de 15 anos e eu até falava pra ela que 'pobre não faz festa de 15 anos'. Mas, no decorrer de tudo que Raílla passou, ali entubada, totalmente nas mãos de Deus, falei no ouvido dela, no dia que o médico falou pra gente que se ela não partisse logo, viveria em estado vegetativo. Pedi ao Senhor pela recuperação dela e falei que faria o impossível para fazer uma festa do jeito que ela quisesse". LEIA TAMBÉM: Como corrente de oração ajudou família a superar afogamento de criança no interior de SP Mãe se emociona após filha de 8 anos vencer dois cânceres: 'Vê-la sendo criança de novo é um milagre' Raílla completou 15 anos em novembro e a festa de aniversário dela foi exatamente como ela sonhou. Raílla Sousa completou 15 anos em novembro deste ano Risomauro Santana Após a recuperação surpreendente da adolescente, o caso dela passou a ser considerado milagre e chamou a atenção, inclusive, de médicos que acompanharam a menina nestes últimos anos de tratamento. Ao g1, a oncopediatra Neysi Costa Villela, da unidade de transplante de medula óssea do Hospital de Amor Infantojuvenil de Barretos (SP), disse que a evolução da paciente foi emocionante. Ainda mais porque, contrariando todas as probabilidades, Raílla não tem qualquer sequela. "A gente, realmente, não fez nada. Quem fez foi só Deus. Só ficamos olhando e foi por isso que chamou a nossa atenção". Apesar de ter poucas lembranças daqueles dias, Raílla sabe a gravidade do caso e, por isso mesmo, já escolheu a profissão que deseja seguir: ela quer ser médica. Quando passar uma pessoa comigo e não tiver mais jeito, falo que tem sim, que Deus está acima de tudo. E eu vou contar a história que sou a prova disso Medo e fé Marluce sempre esteve ao lado da filha desde o primeiro diagnóstico, de sarcoma de Ewing, em 2019, quando Raílla tinha 8 anos. Os hospitais, três deles no período, viraram a segunda casa das duas. "Se eu falar que a gente não teve medo, estou omitindo. Porque, por mais que a gente tenha fé, a gente acredite, o medo bate. Eu acreditava que daria certo, mas cheguei a questionar Deus. 'Por que isso? Por que com a minha filha?'" A primeira cirurgia, conta Marluce, foi para a retirada do tumor que estava nos tecidos moles. Cerca de duas semanas depois, começaram as sessões de quimioterapia. "Em 2019, praticamente vivemos no hospital. Quando Raílla tinha alta, vinha uma intercorrência e a gente precisava voltar pro hospital. Febre era frequente e aí era febre, internação. Aí veio radioterapia. A pandemia chegou, mas a gente já vivia em isolamento. Era de casa para o hospital, do hospital para casa. Ela estava com a imunidade muito baixa". A família é de Paulistana (PI) e Raílla foi tratada em Teresina (PI) e Petrolina (PE) antes de Barretos. O pai e a irmã mais velha dela acompanhavam tudo, mas não podiam fazer muito. "Meu esposo estava com a gente o tempo inteiro, mas dormir no hospital com ela, era eu. Por mais que eu soubesse que o pai cuidava bem, eu não conseguia deixá-la". Em 2023, a família foi surpreendida por um novo e ainda mais grave diagnóstico: leucemia mieloide secundária ao tratamento do Ewing. O caso exigia um transplante de medula e mãe e filha se mudaram para Barretos. Raílla de Sousa Coelho com os pais, Marluce Isabel Coelho e João de Sousa Coelho, a irmã mais velha, Alessandra de Sousa Coelho, e o cunhado, Felipe Teles de Sousa Arquivo pessoal Dois transplantes em um ano O primeiro transplante de Raílla, em 2024, teve a irmã, Alessandra, de 23 anos, como doadora. Mas exatamente um ano depois da cirurgia, os exames mostraram que a leucemia tinha voltado. "Nessa consulta de um ano, a gente viu que tinha voltado a doença. Um ano certinho do primeiro transplante, ela teve a leucemia de novo", conta Neysi. Para o segundo transplante, oito pessoas da família de Raílla fizeram teste de compatibilidade. O resultado foi positivo para cinco delas. Desta vez, o doador foi um primo de 18 anos de Raílla, o mais jovem do grupo que passou pelos exames. Só que menos de um mês após a segunda cirurgia, a adolescente começou a apresentar complicações. "Todo segundo transplante já é complicado por si só, porque a criança já está mais debilitada. Mesmo tendo um ano do primeiro, o segundo transplante tem mais riscos de ter complicação só por ser segundo. E ela teve todas as complicações que alguém pode ter, já ficou muito doente desde o início do segundo transplante. Só que a grande complicação que ela teve, que a gente achou que a perderíamos, foi um AVC hemorrágico 18 dias depois do segundo transplante", contou Neysi. Segundo a médica, Raílla teve encefalopatia posterior reversível (PRES), alteração cerebral pelo uso de uma medicação do transplante, e sangramento. Estas duas complicações indicam um quadro extremamente grave. "A PRES é uma complicação comum no transplante, mas o que foi incomum na Raílla é que, junto com essa PRES, ela teve um sangramento e isso é raro. Ela sangrou em um momento em que não tinha plaquetas, porque a 'medulinha' dela ainda não estava funcionando, não tinha pego". Raílla entrou em coma e o estado de saúde dela foi piorando nos dias seguintes. Por conta da baixa contagem de plaquetas, ela não poderia passar por uma nova cirurgia e os médicos disseram que, a partir dali, não poderiam fazer mais nada. "Quando chegava alguém falando 'os médicos querem conversar com você' eu já não queria mais ouvir, porque, pra medicina, não tinha mais nada. Os médicos falavam isso pra gente. Tudo que a medicina podia fazer, já tinha feito. Não tinha mais nada que estivesse ao alcance deles. Falaram pra gente esperar ela descansar, porque não tinha nada a fazer", lembra Marluce. Raílla de Sousa Coelho e o cunhado, Felipe Teles de Sousa, cantando na igreja Arquivo pessoal Amor de irmãs Por conta da gravidade do caso da filha mais nova, Marluce conta que os médicos pediram para a filha mais velha ir até Barretos para que pudesse se despedir. A ligação das duas fez toda a diferença na recuperação de Raílla, porque foi só Alessandra chegar à cidade que a menina começou a apresentar melhora nos sinais vitais. "Acredito que Deus levou ela [Alessandra] até lá e com um propósito. Enquanto ela não chegava, liguei várias vezes 'você está onde, já tá no Uber?' Meu medo era que Raílla partisse e ela não chegasse". Marluce também lembra que foi Alessandra que sempre acreditou que a irmã ficaria bem. "Ela sempre falava que nós não íamos desistir, que Deus ia dar força e foi uma coisa extraordinária. Não tem como explicar. A hora que ela chegou, o batimento da Raílla começou a melhorar, depois ela foi recuperando pouco a pouco nos dias seguintes". Outra preocupação dos médicos era com as sequelas que a adolescente poderia ter por conta do tempo que ficou em coma e das complicações que teve. Raílla não tem nenhuma e até já parou de tomar alguns remédios. "Eu estou bem, estou feliz. Tenho muita gratidão a todos que cuidaram de mim e estiveram do meu lado. Sou muito grata a Deus também". Marluce acredita que a história da filha serve para inspirar outras pessoas em tratamento e ensinar a nunca desistir. "Minha filha se recuperou, mas não é porque somos melhor do que ninguém. Tratamento oncológico não é fácil e o que Deus fez, tenho certeza que é pra impactar outras vidas, que é pra Deus dar forças a outras pessoas através do que Ele fez na vida de Raílla". Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

FONTE: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2025/12/25/conheca-a-historia-da-adolescente-que-teve-recuperacao-milagrosa-apos-enfrentar-cancer-e-avc.ghtml


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