Amigos atuam como voluntários no combate a incêndios na Serra do Japi e criam projeto de conscientização: 'Cuidar e proteger'

  • 13/10/2025
(Foto: Reprodução)
Grupo de amigos cria brigada voluntária para atuar em incêndios na Serra do Japi Um grupo de amigos de Jundiaí (SP) tem realizado ações voltadas para o controle de incêndios e instruções de prevenção de queimadas na Serra do Japi, uma importante reserva natural remanescente da Mata Atlântica. O grupo, chamado de Brigada Voluntária Iapy Iapy, é formado por oito integrantes: Cesar Simionato Braga, Fernando Ienne, Júlia Castro, Luam Farina Elias, Mariana Cardoso, Michel Chagas, Silvia Noara Palladino de Souza e Vinícius Neves. Eles explicam que os trabalhos vão desde a linha de frente dos combates ao fogo até a realização de palestras nas escolas e na comunidade. "Além dos incêndios, nós também fazemos ações de educação ambiental, de conscientização da comunidade, onde ensinamos a importância da preservação, do descarte correto de lixo, respeito à fauna. Também fazemos equipamentos que serão usados para o controle de fogo, aceiros e atividades educativas e práticas”, conta Luam. 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp Parte do grupo dos brigadistas voluntários da Brigada Voluntária Iapy Iapy Arquivo Pessoal O grupo carrega consigo o propósito de poder dedicar um pouco de sua vida à proteção do meio ambiente, indo além do simples interesse de cuidar da natureza. Para o engenheiro ambiental e civil Luam Farina Elias, isso representa transformar os momentos de diversão em ações de defesa da Serra do Japi. “Sempre fui frequentador de ambientes naturais, fazendo trilhas, passeios de bicicleta e outras atividades ao ar livre. E isso foi me despertando uma relação com a natureza. E quando os incêndios começaram, eu senti a necessidade de apoiar ainda mais ela, dedicando uma parte do meu tempo para ajudar na preservação da serra”, comenta. Brigadistas do Iapy Iapy participaram de ações junto a outros órgãos oficiais e a Associação de Moradores da Serra do Japi Arquivo Pessoal Cesar Simionato Braga é formado em administração e também faz parte do projeto. Ele explica que a urgência ambiental é uma responsabilidade de todos e uma forma de tentar reparar um pouco do estrago que os seres humanos causam ao planeta. “Acredito que a urgência maior que temos hoje é reverter os danos que causamos na natureza. Isso impacta não só a vida dos humanos, mas de todos os seres vivos. Por isso, acredito que minha melhor contribuição é ajudar a cuidar da natureza e proteger ela”, diz. A bióloga Júlia Castelli Castro cresceu em meio à natureza e sabe bem como é necessário cuidar dela. Por isso, fez da vontade de proteger o meio ambiente uma missão de vida, independentemente das cadeiras da sala de aula. O que ela aprendeu na graduação, aplica hoje no projeto. “Desde pequena eu queria proteger a natureza, nunca pensei em outra opção. Por isso entrei no curso de Ciências Biológicas, fiz mestrado e pós-graduação na área. Na minha concepção, sempre foi a minha missão de vida, e isso naturalmente se traduziu em trabalho remunerado e trabalho voluntário, como na Brigada Iapy Iapy”, relata. Grupo realiza ações voltadas para o controle de incêndios e instruções de prevenção de queimadas Arquivo Pessoal A Serra do Japi é um dos locais que mais sofre incêndios nos períodos de estiagem. Como o que a atingiu na última terça-feira (7), em que uma área de 80 hectares foi consumida pelo fogo. Em julho, outra parte equivalente a 24 campos de futebol foi queimada. Por conta dessas situações, o grupo vem atuando voluntariamente no trabalho de combate aos focos de incêndio desde o final de 2024. "No início de 2025, deu certo de a gente participar de um curso de formação de brigadistas em Campinas (SP). E foi ali que a ideia tomou forma. A nossa brigada age de maneira técnica, voluntária e com foco em prevenção, monitoramento e resposta rápida aos incêndios na região”, comenta Luam. Com o grupo organizado, eles resolveram batizá-lo com o nome de Brigada Florestal Voluntária Iapy Iapy. “Estamos oficialmente com esse nome há cerca de dois meses, mas sua origem remonta ao final de 2024, quando alguns integrantes começaram a se mobilizar em oficinas e capacitações práticas voltadas à prevenção e combate de incêndios florestais na Serra do Japi”, complementa. Participação dos brigadistas em uma aula na Unicamp falando sobre o projeto na Serra do Japi Arquivo Pessoal Ainda conforme o grupo, seis dos integrantes são de Jundiaí (SP), um é de Cajamar (SP) e outro de São Paulo (SP). Eles esperam poder contar com mais pessoas de mais cidades que tenham em comum o apreço pela Serra do Japi e a consciência da importância dela para o ecossistema da região. “A ideia é que a brigada tenha pessoas de todas as cidades nas quais a serra possui território (Jundiaí, Cajamar, Pirapora do Bom Jesus e Cabreúva), pois o conhecimento local — do território, dos moradores e da política — ajuda muito na elaboração de planos de prevenção e combate ao fogo”, explica Cesar. Prevenção Luam explica que a rotina da Brigada Florestal Voluntária Iapy Iapy vai muito além do combate direto ao fogo. O grupo atua de forma preventiva, com monitoramento constante e integração com moradores da região por meio do grupo “Japi Monitora”, que ajuda a identificar focos de risco e ocorrências na serra. “Seguimos a chamada Regra dos 30, quando a temperatura passa dos 30°C, a umidade cai abaixo de 30% e o vento ultrapassa 30 km/h”, explica Luam. Ele também destaca que fazem o uso de aplicativos e observação de fatores como vento, umidade e topografia para planejar as ações. Júlia comenta, ainda, que o grupo participa de treinamentos e capacitações com o apoio do Ministério do Meio Ambiente e da APA Viva, onde especialistas de incêndio florestal e de primeiros socorros participam. “É um campo muito amplo, que exige constante aprendizado, troca de experiências e dedicação para adquirir conhecimento de forma contínua”, reforça Júlia. Mas o trabalho voluntário também enfrenta muitos desafios. Cesar explica que as principais dificuldades estão na falta de recursos e de equipamentos. “Todos os equipamentos são muito caros e, até agora, arcamos com tudo do próprio bolso. Estamos numa fase de compra de bombas costais, sopradores e rádios, que são cruciais no combate”, conta. Oficina de abafadores que foi realizado na Fundação Serra do Japi para os moradores da serra Arquivo Pessoal 'Iapy Iapy' O nome Iapy Iapy vem do tupi-guarani e possui dois significados principais que representam nossa identidade e conexão com o território. “O primeiro é a semelhança com o canto de um pássaro típico da Mata Atlântica, conhecido como chupim-do-brejo, cujo som lembra ‘Iapy’. Ele inclusive é o símbolo presente em nosso logotipo”, explica Luam. O segundo significado é “nascente dos rios”, uma referência à abundância hídrica da Serra do Japi, conhecida como o “castelo das águas”. Essa simbologia reforça o que "nós da brigada temos em proteger as nascentes, a biodiversidade e a vida que nasce na serra", finaliza. Participação dos brigadistas do Iapy Iapy no curso prático de formação de brigadista florestal Arquivo Pessoal * Colaborou sob supervisão de Eric Camargo Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2025/10/13/amigos-atuam-como-voluntarios-no-combate-a-incendios-na-serra-do-japi-e-criam-projeto-de-conscientizacao-cuidar-e-proteger.ghtml


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